sexta-feira, 30 de junho de 2006

Como percebemos o tempo...

Mude e Marque

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo. Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea. Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol. Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho. Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e "apagando" as experiências duplicadas. Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente. Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo. Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência). Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa... São apagados de sua noção de passagem do tempo... Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida. Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir-as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo. Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década. Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... r-o-t-i-n-a. Não me entenda mal. A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos. Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M ( Mude e Marque). Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos. Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas. Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia). Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais. Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo. Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente. Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes. Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes. Seja diferente. Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos... em outras palavras... V-I-V-A. Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo. E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí. Cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes. Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é? Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida.
Airton Luiz Mendonça (Artigo do jornal o Estado de são Paulo)

terça-feira, 27 de junho de 2006

Mayastria 5 - Prazer e Dor

Liberte-se das variações de humor, elas são causadas pela indulgência nos prazeres sensoriais, seguidas pela saciedade e aversão. Maya, ou o estado mental de ilusão, caracteriza-se pelos pares de opostos, o ser humano de autocontrole está livre das alternâncias de prazer e dor.

Paramahansa Yogananda - em "O Mestre Disse..."

terça-feira, 13 de junho de 2006

Mayastria 4 - Gandhi


Na autobiografia de Mahatma Mohandas Karamchand Gandhi ele faz uma referência ao Maya, era em uma viagem de navio à Natal na África do Sul, num momento de aflição e perigo em uma tempestade.
..."O navio chacoalhava e adernava tanto que parecia estar prestes a virar. Permanecer no convés estava fora de cogitação para todos. -Seja feita sua vontade!- era a invocação comum em todos os lábios. Até onde me lembro, suportamos aquela provação por cerca de vinte quatro horas. Finalmente o céu abriu, o sol apareceu e o capitão nos informou de que a tempestade passara. O rosto de todos resplandecia de alegria e, com o fim do perigo, desapareceu também o nome de Deus dos seus lábios. Comer e beber, cantar e festejar voltaram à ordem do dia. O medo da morte os abandonara e o espírito temporário de prece sincera deu lugar ao maya. É claro que o namaz, a prece principal dos muçulmanos e as preces de outros cultos continuaram, sem que entretanto mostrassem o mesmo fervor dos momentos de pânico."

Simplicidade


É muito maravilhoso estar em sintonia com Deus e
confiar implicitamente
nEle, estando contente onde quer que Ele o coloque e o
que quer que Ele
lhe faça, aceitando tudo com humildade e devoção.

Paramahansa Yogananda, "Self-Realization Magazine"

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Mayastria 3 - Os distraídos

Obsecados pelo nosso objeto de desejo e distraídos em sua busca, vamos adiando nossa evolução e cada vez mais distanciando e esquecendo de Deus, vidas, muitas vidas serão necessárias para chegarmos à Divina Presença. Meditar, meditar e meditar.

Mâyâ (Sânsc.) - Maya, Maia, Maria formam um nome genérico. Maya é também o nome de um asura, mago por excelência, de que se serviram os deuses para diversos fins, tais como a edificação de cidades aéreas e outros fatos portentosos, mencionados no Bhâgavata-Purâna.

Maya - Ilusão. O poder cósmico que torna possíveis a existência fenomenal e as percepções da mesma. Segundo a filosolfia hindu, apenas aquilo que é imutável e eterno merece o nome de realidade; tudo aquilo que é mutável, que está sujeito a transformações por decaimento e diferenciação e que, portanto, tem princípio e fim, é considerado como mâyâ: ilusão. [Mâyâ: arte, poder ou virtude mágica extraordinária ou prodigiosa; prestígio, magia, ilusão, ficção; poder de ilusão que origina a aparição ilusória de coisas do mundo; a ilusão personificada como um ser de origem celeste; a personificação da irrealidade das coisas mundanas; o universo objetivo ou a natureza considerada como ilusão. O poder ilusório, a mágica potência do pensamento, capaz de criar formas passageiras ou ilusórias e pelo qual tem existência o mundo fenomenal. A potência criadora através da qual o universo chega à manifestação. Segundo a filosofia vedânta, todo o universo visível é apenas uma grande ilusão (mahâ-mâyâ), pois tem princípio e fim e está sujeito transformações incessantes; assim como a única realidade é o Espírito, por ser eterno e imutável.
(Glossário Teosófico - Helena P. Blavatsky - pág. 367 - Ed. Ground)

terça-feira, 6 de junho de 2006

Stargate


Hoje comentei com uma amiga sobre o que um amigo esperançoso me disse em um momento que não se enxergava a saída de uma situação difícil para todos, ele disse para nos animar: "Existe um momento no tempo em que uma porta se abre e deixa entrar o futuro", não sei se isso é dele, não sei a fonte. Como minha amiga gostou, fica aqui o registro...