sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Yoga Clássico

É o Yoga escrito pelo rishi (sábio) Pantanjali, até aqueles tempos, aproximadamente 500 AC, a tradição oral se encarregava de passar este conhecimento a frente. Através de sua obra Aforismos do Yoga ele passou este legado a frente. É composto como sendo um caminho de aperfeiçoamento do ser. Foi apresentado como um método científico para a percepção de Deus, identificando-se primeiro uma Presença e através de uma percepção gradativa vai-se até uma dissolução completa do ser (o eu pequeno) com o Ser universal.
Os Aforismos começa com a definição do seja o Yoga:

Yogash chitta-vritti-nirodhah

"Yoga é a suspensão (nirodhah) dos processos mentais (chitta-vritti) .

Apresentada em 8 passos (ashtanga) ou etapas:
  1. Refreamentos (yama)
  2. Autodisciplina (nyama)
  3. Posturas corporais (ásanas)
  4. Controle das Energias Sutis (pránáyáma)
  5. Retração dos Sentidos (prátyáhára)
  6. Fixação da atenção (dhárana)
  7. Concentração Prolongada (dhyána)
  8. Estado de Identidade (samádhi)

Yama

  • Não-violência (ahimsa)
  • Veracidade (satya)
  • Abstenção de Roubo (asteya)
  • Não-perversão do sexo (brahmacharya)
  • Não-possessividade (aparigrahá)

Nyama

  • Pureza (shausha)
  • Contentamento (samtosha)
  • auto-esforço (tapas)
  • Auto-estudo (svádhyáya)
  • Entrega ao Senhor (ishwarapranidhána)

Ásanas

Esta parte é conhecida como Hatha-Yoga onde se descreve a Fisiologia mística, os canais sutis e os chakras, que são vórtices por onde flui energias psicobiofísicas. Com a divulgação no ocidente das ásanas o Hatha virou sinônimo de yoga. O objetivo desta etapa é fortalecer a vontade eliminando os atos instintivos e condicionados. Complementam as posturas, as contrações musculares (bandhas), as técnicas de purificação (kriyas) e os gestos especiais (mudrás).

Pránáyáma

Basicamente, cessação da inspiração e expiração, não pelo bloqueio puro e simples, mas pela superação da necessidade de respirar, aplicando-se as técnicas da etapa anterior.

Pratyáhara

Na prática é o exercício de retirar a atenção das coisas, que distraindo a mente impede o ser de evoluir para um estado de serenidade, a inquietude é fruto da alternância de prazer e dor. A percepção passa pela consciência profunda e não pela sensação física ou pulsão dos desejos.

Dháraná

Com o controle dos sentidos e emoções obtido pela iniciação anterior o estudante confina a mente dentro da estrutura de pensamentos (manas), destacada de si mesma e do turbilhão de pensamentos e com o objetivo de escolher algo em que meditar. Quando apenas um objeto ou abstração é capturado, o estudante entra em dhyána (foco de atenção prolongado), que é a próxima etapa (anga).

Dhyána

Fluxo contínuo e ininterrupto da consciência sobre um objeto de meditação, estado de suspensão já um pouco fora da mente, onde há uma indiferenciação entre o observador e o observado.

Samádhi

Completa união (sam) com Cosmo, Deus, Inteligência Infinita, Eterno, Divino Espírito, ou outros nomes que as várias culturas têm para designar Ele. Um estado de concentração perfeita e estável (dha), ápice da introspeção (a) dos sentidos retirados do mundo exterior, visão de extrema lucidez, paralização completa da respiração e fluxo de pensamentos, corpo estático e olhos voltados naturalmente para o centro da testa.

O Mestre Yogananda fala que:

"Deus começa onde o movimento cessa".