segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Metáforas ou a imagem perdida

A cidade quando se torna uma metáfora, por suas entranhas, andantes com olhos aguçados, podem perceber mil realidades, o objeto não existe sem a mente do observador, percebe-se o miserável, o bêbado, a prostituta, o macho galanteador fálico, o plácido, o rico apático, o abastado patético, o novo rico de novo, aquele que não fala em sexo e daquele que nos observa e nos tolhe.
Espera-se um flagrante brilho, um estalo, uma idéia, o reflexo do copo na superfície inoxidável, é isto mesmo, uma idéia, daí sem titubear, fissurando uma míriade de sons... Zap! Tum! Bec! Bec! Palavras talvez, formando uma interface com o espírito. Manuseá-las, dizê-las só alguns podem, mas senti-las, todos.
O dizer curto ou o hermético repete-repete, essa cadência louca dos loucos lúcidos. Só os desavisados não conseguem mensurar o valor que tem as palavras, elas movem o mundo, criam ou destroem, elas por precaução antecedem o primeiro ato, mas num close vai se delinear, a até então, imagem perdida.