sábado, 4 de junho de 2011

Gunas, as qualidades da Criação

Sattva, Rajas e Tamas

Os Gunas aparecem mencionados no Bhagavad-Gita, como Triguna, há uma idéia vaga sobre estas qualidades da Criação na manifestação dos fenômenos no Universo, visto e não visto. O trabalho da mente é captar estes atributos para conscientização cognitiva do caminho inverso para chegarmos à Divindade. O yogue pode atravessar a fronteira da manifestação e transcender o domínio dos Gunas, percebendo sua verdadeira natureza original, gosto sempre de lembrar, no começo das minhas meditações o que o Mestre Yogananda disse: "Deus começa onde o movimento cessa", isto é música para mim. Através dos sentidos, como depende nossa cognição dessas propriedades? Os três princípios fundamentais subjacentes a esses fenômenos são:
1. vibração, que envolve movimento rítmico de partículas, ondulatório (prakasa), influência espiritual ou elevadora;
2. mobilidade, que envolve não-rítmico de partículas com transferência de energia, ação (kriya), influência ativadora;
3. inércia, que envolve posição relativa de partículas, (sthiti), influência obstrutora.

Sattva é apenas uma combinação harmoniosa de Rajas e Tamas e não algo apartado de Rajas e Tamas. Assim, o desenvolvimento de Sattva não é realmente a criação de algo novo, mas a harmonização dos Rajas e Tamas existentes. O objetivo do Yoga é harmonizar Rajas e Tamas em Sattva, o virtual desaparecimento dos opostos e a reconquista de uma condição que está livre dos opostos, que é nossa condição antes de Purusha se manifestar em Prakrti, Conhecer por tornar-Se. A condição de puro Sattva desenvolvida faz-nos aptos a atravessar o ciclo evolutivo e atingir Kaivalya, porém com individualidade potencial, sem dissolução do Ego na Divindade, mas prontos a manifestar em Prakrti libertos dos Gunas e da ilusão de Prakrti (Maya), e ainda assim retendo todos os conhecimentos e poderes (habilidades) adquiridos através da evolução (Jivanmuktas).

Um dos erros de interpretação da filosofia hindu, é acreditar que ao alcançar Jivanmukti, jivatma funde-se com Paramatma e perde-se para sempre, disse I. K. Taimini, em "Ciência do Yoga" (onde este post foi inspirado).

Yogananda comenta em "A Eterna Busca do Homem": "Uma das três qualidades básicas predomina em cada homem. Sattva é a qualidade dos que apresentam tendências espirituais. Alimentam-se adequadamente, cultivam bons hábitos e têm devoção ao Senhor. A qualidade Rajas manifesta-se nos que são ativos; essas pessoas se mantêm ocupadas com o trabalho até morrer. As pessoas em quem predomina a qualidade Tamas preenchem suas vidas com disputas, raiva, ciúme, sensualidade e preguiça."

O Mestre do Mestre


Namastê !!!

fonte: slide show de Alexandre Campelo autor do livro:"Francisco, o Grande Yogi de Assis"

Nó Górdio

Conta-se que o rei da Frígia (Ásia Menor) morreu sem deixar herdeiro e que, ao ser consultado, o Oráculo anunciou que o sucessor chegaria à cidade num carro de bois. A profecia foi cumprida por um camponês, de nome Górdio, que foi coroado. Para não esquecer de seu passado humilde ele colocou a carroça, com a qual ganhou a coroa, no templo de Zeus. E a amarrou com um nó a uma coluna, nó este impossível de desatar e que por isso ficou famoso.

Górdio reinou por muito tempo e quando morreu, seu filho Midas assumiu o trono. Midas expandiu o império, porém, ao falecer não deixou herdeiros. O Oráculo foi ouvido novamente e declarou que quem desatasse o nó de Górdio dominaria toda a Ásia Menor.

Quinhentos anos se passaram sem ninguém conseguir realizar esse feito, até que em 334 a.C Alexandre, o Grande, ouviu essa lenda ao passar pela Frígia. Intrigado com a questão, foi até o templo de Zeus observar o feito de Górdio. Após muito analisar, desembainhou sua espada e cortou o nó. Lenda ou não o fato é que Alexandre se tornou senhor de toda a Ásia Menor poucos anos depois.

É daí também que deriva a expressão "cortar o nó górdio", que significa resolver um problema complexo de maneira simples e eficaz.

Existe outra referência a este resolver as coisas de forma simples.

William de Ockham

Um dos pilares do método científico é a chamada Navalha de Ockham, ou Lei da Parcimônia, ou ainda Lâmina de Ockham, proposta pelo filósofo franciscano inglês William de Ockham (1285-1349), que afirma que quando existem várias formas de explicar algo, a certa é a mais simples. Esta proposta foi publicada em seu trabalho "Expositio aurea et admodum utilis super totam artem veterem":

Frustra fit per plura, quod fieri potest per pauciora.
É desnecessário fazer com mais o que se pode fazer com menos
.

Essentia non sunt multiplicanda praeter necessitatem.

O essencial não deve ser multiplicado sem necessidade.

"Há um certo receio (...) de que algumas coisas não são feitas para serem conhecidas, que algumas inquirições são muito perigosas para os seres humanos. Todas as pesquisas acarretam algum elemento de risco. Não há garantia de que o universo se conforme a nossas predisposições. O melhor meio de evitar abusos e incompreensões de parte a parte é tornar o povo cientificamente informado a fim de que compreenda as implicações de tais investigações

Se a ciência for considerada um sacerdócio fechado, demasiado difícil e misterioso para compreensão de uma pessoa de cultura mediana, o perigo do desentendimento será maior. Se a ciência, porém, for um tópico de interesse e consideração geral, se seus encantos e conseqüências sociais forem discutidos com competência e regularidade nas escolas, na imprensa e à mesa de jantar, teremos aumentado as possibilidades de aprender como o mundo realmente é, para melhorarmos a ambos, a nós e a ele."